quinta-feira, 26 de julho de 2012

O Euro e a União Europeia


Lagos, 23 de Julho de 2012
sobre o Euro e a União Europeia
Parece que se vai fechar a torneira à Grécia e, portanto ela declara falência porque há muito tempo ela está na bancarrota. As suas despesas públicas são muito superiores às suas receitas públicas, aqueles que têm os privilégios não querem abdicar deles e vão ser os não-privilegiados gregos que têm feito sacrifícios toda a sua vida, muitos mais farão na falência do país.
Claro que o FMI e a União Europeia não têm dinheiro virtual, do Monopólio, para continuar a entregar à Grécia e os depositantes que entregaram o dinheiro que tem sido emprestado à Grécia não estão dispostos a fazer os sacrifícios inerentes à sua poupança e também sacrifícios pelos privilegiados da Grécia, perdendo o dinheiro que lá foi investido. Continuando a mesma política, não só a Grécia vai a pique como todos aqueles que a têm tentado salvar da falência.
Agora toda a gente sabe que na União Europeia, há países-membros que estão no Euro e há países-membros que não estão no Euro. A Grécia pode sair do Euro e continuar na União Europeia, se for essa a vontade da população da Grécia. Se as contas apresentadas pelo Governo Grego fossem as reais e não fictícias, a Grécia não teria entrado para o Euro porque não tinha condições reais para isso.
Acredito que os gregos são europeus e quererão continuar na União Europeia porque a União Europeia é um garante para a recuperação económica, (…), estrutural e conjuntural deste país e quando estiverem em condições reais de entrarem para o Euro e quiserem porque não?
Relativamente a Portugal, deve lutar por ter as suas contas públicas equilibradas ou com superavit porque só assim a economia está saudável e há desenvolvimento económico real e prosperidade para os portugueses.
Se Portugal sair do Euro ou da União Europeia, começam logo as medidas fíctícias para mascarar a realidade, aumentando a dívida do país, perdendo crédito no estrangeiro e ir mantendo a população calada, produzindo e lançando moeda no país e depois, quando as carteiras começarem a andar cheias de dinheiro que não compra nada; desvalorizam a moeda e até apresentam uma moeda nova para os desprivilegiados ficarem contentes. Quando já não derem conta do recado fomentam a instauração de uma ditadura e a seguir lutam contra a ditadura … Há gostos para tudo …

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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Emigrantes Portugueses


Lagos, 24 de Junho de 2012

sobre As Remessas do Emigrantes

Portugal sempre usou a política da emigração portuguesa para ajudar no equilíbrio das contas do país, pois era garantido que os emigrantes portugueses enviariam para o país as suas economias que iriam aumentar as reservas de divisas estrangeiras existentes em Portugal que seriam usadas para pagar parte da dívida portuguesa ao exterior. Sempre assim foi , mas já não é!

A Balança de Pagamentos de qualquer país referente a um determinado período, para além dos fluxos visíveis – compra e venda de mercadorias, isto é, importações e exportações – tem ainda os fluxos invisíveis – transportes, seguros – e rendimentos – dividendos, juros, remessas de emigrantes e envios de imigrantes.

O que há de diferente entre a emigração portuguesa para a Europa dos anos 1960 e a emigração portuguesa dos anos mais recentes prinicipalmente para a Europa, mas não só?

A emigração portuguesa dos anos 1960 era não-qualificada, sem qualquer conhecimento da língua do país-receptor. Iam fazer os trabalhos, com contratos sem termo, que os do país não queriam fazer, não eram integrados na sociedade porque eram olhados com desdém pelos do próprio país. Consequências:

  • desejo de regressar a Portugal logo que tivessem as economias suficientes para construir a sua casa e criar um meio de subsistência que lhes garantisse uma vida decente;
  • logo, envio constante das economias que o casal conseguisse amealhar para os bancos em Portugal;
  • os filhos frequentavam a escola e assim falavam a língua do país-receptor como as crianças naturais. Se nascessem nesse país, teriam nomes iguais aos deste país e sentiam-se completamente integrados. Quando regressavam a Portugal com os pais nas férias não gostavam do que viam e, enquanto os pais sonhavam em regressar; eles sonhavam encontrar um meio de permanecer no país onde nasceram e/ou cresceram. Assim foi acontecendo: os pais regressavam, mas eles construíam as suas vidas e famílias lá e não enviavam divisas para Portugal. Isto em geral; claro que há sempre excepções.

Nessa altura, Portugal praticamente não tinha imigrantes a não ser das colónias portuguesas mais pobres. Então o saldo, isto é, a diferença entre a entrada e saída de divisas de Portugal era bastante positivo porque não havia praticamente saída de divisas que anulasse as entradas.

Nos anos mais recentes, vive-se em Portugal uma situação diferente.

Portugal tem andado a viver na bancarrota evitada com empréstimos de dinheiro que o Estado faz, mas que precisa pagar com juros nos prazos estipulados. Na bancarrota, tudo fica reduzido a zero praticamente: banca, depósitos, dinheiro em colchões, reformas, salários, ….

Depois tudo vai começando a ser retomado e de acordo com a retoma assim toda a economia, sociedade começa a funcionar segundo as novas regras e segundo as novas possibilidades do Estado, das empresas, das famílias, da banca, …

Portugal sempre viveu em crise, salvo raras excepções. Acontece que por volta de 2007, a crise portuguesa teve o apoio da crise mundial e o Governo de Portugal para poder deixar marca e entrar na moda internacional do endividamento, tornou a vida em Portugal insuportável e com poucas esperanças para muitos portugueses, consequência dos milhares e milhares de falências de empresas, pequenas e médias, que dominavam o tecido empresarial português – 94% e de milhares e milhares de falências de indivíduos que acreditaram na moda do crédito. A banca fica sem liquidez e os portugueses de bolsos vazios. A corrupção cresce sem controlo. Acontece a emigração portuguesa fomentada pelo Governo e pela vontade dos próprios portugueses que não têm alternativa à emigração.

Esta emigração tem dois níveis gerais bem distintos:

1- portugueses, principalmente homens, com baixo nível de escolaridade e que mal sabe falar o português. Não encontra trabalho noutros países por onde ande porque atualmente exige-se que saiba falar a língua nativa ou o inglês fluentemente e tenha qualificações seja para que trabalho for; mas com apoio de outros já instalados sempre desenrasca alguns biscates que sempre rendem mais do que em Portugal e lá vai enviando algum dinheiro para Portugal.

2- portugueses com nível de estudos universitários – licenciaturas, mestrados, doutoramentos – que em Portugal, com sorte, não conseguem mais do que o salário mínimo e conhecedores de línguas estrangeiras principalmente inglês, mas sem dificuldade em aprender qualquer outra língua, jovens que se aventuram por esse mundo fora e depressa encontram trabalho e estatuto social muito superiores aos que alguma vez teriam até num Portugal civilizado. Formam família ou mandam buscar a sua família e ficam completamente integrados e prontos a integrar o circuito de emprego dos universitários por esse mundo.

Claro que estes jovens não vão mandar divisas para Portugal porque os seus ascendentes vão sobrevivendo sem o seu sacrifício e porque o país não garante nem segurança nem dividendos comparáveis aos que o país-receptor ou outros países oferecem nem estatuto social. Também não estão a pensar em regressar ao país se este não passar a oferecer melhores condições de vida a não ser que pertençam a grupos que os incentivem a regressar para passarem a grupos dominantes.

Assim esta emigração dominante é completamente diferente da emigração dominante dos anos 1960 e consequentemente os fluxos de divisas também já que agora a imigração é elevada em Portugal. Comparativamente têm desistido muito poucos imigrantes que continuam a enviar/levar euros de Portugal para os seus países de origem porque lá, por enquanto, ainda têm uma situação pior. Deste modo, as remessas de divisas que portugueses enviam/trazem para Portugal vão sendo praticamente anuladas pela imigração em Portugal.

Por isso, contar com as remessas de divisas enviadas pelos emigrantes portugueses para equilibrar a Balança de Pagamentos é “chão que já deu uvas” e já não dá segundo a sabedoria popular. É a minha opinião!

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