Lagos,
25 de Outubro de 2012
sobre
A Dívida
Portuguesa
Ontem
Portugal recebeu novamente a visita da Troika que veio averiguar se
os compromissos assumidos por Portugal estavam a ser cumpridos e os
pagamentos dos empréstimos e dos juros para poder libertar mais uma
prestação, a de Outubro, no valor de mil e quinhentos milhões de
euros de um empréstimo total dos FMI, Banco Central
Europeu e Comissão Europeia no valor de setenta e oito
mil milhões de euros (78 mil milhões de euros) dos quais já
foram entregues vinte e um mil e oitocentos milhões de euros (21 800
milhões de euros). Atualmente a dívida pública já representa 120%
do Produto Interno Bruto (= o valor monetário do que é produzido no
país). Depois vêm para a praça pública afirmar “Não
queremos cá a Troika”; pois não, não querem, mas querem o
dinheirinho que ela tem vindo a trazer para Portugal!? Que valores
morais e éticos são estes? Que exemplos são estes para o nosso
povo? Nesta crise – 2009-2012 - já 73 000 empresas em Portugal
foram à falência, representando 24% do tecido empresarial.
Este
é o buraco onde nos meteram as espertezas “saloias” dos que têm
sido nossos governantes e seus quadros técnicos com a política do
“gasta-se e não se paga”; pois não. Os outros tiram o
seu dinheiro de algum portal virtual para nos entregar a nós?! As
consequências dessa política e desse incentivo estão à vista na
situação calamitosa do Estado, das famílias e do sector privado.
Contudo esta não é toda a dívida, ainda há as dívidas contraídas
com vendas de obrigações públicas no mercado internacional
de capitais com cada venda da ordem de vários mil milhões de euros
e a juros muito mais elevados a vários bancos e países
estrangeiros. Agora andam a afirmar “nós queremos entrar nos
mercados internacionais de capitais para vender mais obrigações.”
sem o mínimo bom-senso. Ainda há dívidas públicas ao FMI e
não só, anteriores a esta crise internacional.
São
dívidas públicas atrás de dívidas públicas num valor que vai
para além do exorbitante. Qual o sentido de tudo isto? Tudo isto tem
um objectivo para eles. O objectivo só pode ser a saída de Portugal
do euro, fazer a desvalorização da moeda, mas numa escala de
milhares por cento como aconteceu quando se mudou dos réis da
monarquia para os escudos da república e inflação galopante,
mas a dívida paga-se em euros ou dólares. Talvez andem a
sonhar com decretar a insolvência do país e Portugal passar a
neocolónia dos países-credores. Na cabeça de gente louca tudo é
possível.
Claro
que a riqueza deste grupo de portugueses não está em Portugal; em
Portugal não depositam eles o seu dinheirinho, não criam as suas
empresas, não compram, … Portugal já não tem classe para eles.
Dantes tinham o seu dinheiro e empresas nas colónias onde não se
fazia desvalorização da moeda, pois não havia agitação social e
assim não havia necessidade de castigar a economia e finanças.
Atualmente têm a sua riqueza nos países emergentes – Brasil,
Angola, Moçambique, China, Índia - com economias crescentes onde
também não há desvalorização da moeda porque, antes que comece a
haver desvalorização da moeda, eles mudam as suas riquezas para
outros países mais favoráveis e cá em Portugal gozam os
rendimentos, desfrutando do sol e do clima. É natural, nós também
gostamos do que os estrangeiros gostam.
E
Portugal? Como fica Portugal depois de acontecer tudo o que eles
querem? Portugal volta a ser o país de miséria para o povo,
o país subserviente como sempre foi antes de entrar para a União
Europeia. Querem fazer-nos crer que isto é sina dos portugueses,
culpa da igreja católica dominante (será mesmo?) nos países em
crise, qualidade dos povos do sul pelo facto de serem preguiçosos e
ignorantes. Será mesmo? Ou tudo isto é culpa dos grupos de
ignorantes que nos têm governado ao longo da nossa História
gastando à vontade e depois desvalorizando a moeda,
lançando moeda no país sem aumento correspondente do PIB e depois
mudando de moeda com uma grande desvalorização e inflação. Eles
acham que o Zé quer é andar com a carteira cheia!? Será que ele
quer mesmo isso agora que é mais culto, capaz de pensar pela sua
própria cabeça ?! Duvido!
Porque
é que a Islândia, primeiro não queria a União Europeia nem
o euro e agora depois da crise e da desvalorização da sua moeda já
quer e pede para entrar para a União Europeia e para o euro?! Agora
reconhecem a importância e a protecção que a União Europeia
representa para os Estados-membros e quão necessária ela é para
apoiar e defender a população quando surgem loucos a governar-nos.
Dizem
que nós temos uma economia fraca, não podemos estar no mesmo grupo
das grandes economias; mas nós não somos o único país pequeno do
grupo do euro. Estão lá muitos mais países pequenos e as suas
populações têm bons níveis de vida. Qual o problema histórico
destes países do sul que os outros países não têm? A
desvalorização da moeda. Os outros países não usam como
método lançar moeda no país sem o correspondente aumento de
riqueza, desvalorizando assim a moeda e gastando para além das suas
receitas. Os outros países da Europa não fazem isto e é isso
que provoca a diferença. Os outros países gastam de acordo com
as suas receitas e o resto entregam a capitais privados e é assim
que governantes com bom-senso têm de governar em Portugal.
Relativamente
à dívida pública exorbitante e crescente que alegremente a nossa
praça pública defende, pois sem este endividamento não havia e não
há com que pagar as despesas públicas indispensáveis, só há uma
coisa a fazer: ir pagando de acordo com as receitas que o país
vai obtendo e ir alargando os prazos de pagamento, isto é,
por exemplo o Estado tem 500 mil milhões de euros para pagar
em Março de 2013 que resultam de empréstimos e juros a 6% ao ano.
Então, com antecedência, convoca os seus credores e diz-se-lhes “não
temos como cumprir os nossos compromissos convosco em Março de 2013.
Só podemos entregar 200 mil milhões de euros nessa data. Pede-se
para que o prazo seja prolongado por mais um ano.” Assim os 500
mil milhões de euros a entregar em Março de 2013 passam para Março
de 2014, o que significa que a taxa de juro automaticamente passa de
6% para 3% ao ano. Claro que os credores podem querer receber os 200
mil milhões de euros em 2013 e 300 mil milhões de euros em 2014. É
natural. ❐
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