quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Emigrantes Portugueses



Lagos, 28 de Janeiro de 2013
Emigrantes Portugueses 
A emigração é infelizmente uma das características da sociedade portuguesa; só que a atual está a atingir contornos nunca dantes alcançados porque, pela primeira vez, a sociedade portuguesa estava com um bom nível de jovens na universidade e com uma boa percentagem de formação superior universitária e afinal agora estes jovens, necessários na sociedade portuguesa para a tornar mais próspera no novo paradigma que se está a formar, estão quase todos a ir para a emigração devido à falta de emprego para cá ficarem e ao ridículo dos salários que os poucos que cá ficam auferem e estes exemplos são mais um motivo para ironizarem e se rirem com os seus colegas estrangeiros do que deixaram para trás. Aproximadamente 200 mil jovens saíram de Portugal nos últimos 2/3 anos. Em Portugal, temos atualmente 70% do emprego em pequenas e médias empresas, 40 mil jovens no desemprego, meio milhão de pessoas a trabalharem a recibos verdes.
A emigração tem causas e consequências; estas tornam-se causas que nos levam a outras consequências e por aí adiante ... A falta de emprego é uma das causas da emigração e gostaria de me debruçar sobre esta sua vertente. Gostaria de recordar que durante o primeiro mandato de Sócrates começou a haver preferência por certas empresas de amigos, colegas de quem nos governava na altura em detrimento de outras empresas; começou a haver emprego apenas para alguns; instalou-se a moda de "gastar e não pagar" ... alguns empresários vieram à praça pública apresentar as suas queixas, mas de nada lhes serviu. Foi-nos informado através da televisão que o que se pretendia era uma ditadura; a democracia era apenas um meio para chegar à ditadura. Com a ajuda da crise financeira nos Estados Unidos, começaram a ir à falência muitas pequenas e médias empresas sem que tivessem qualquer apoio, muitas pessoas passaram a ficar sobreendividadas e foram declaradas insolventes, muitos fornecedores ficaram sem receber, muitas empresas faliram por falta de liquidez, ... tudo isto se foi desenrolando em crescendo ... No segundo mandato de Sócrates, já havia muita gente a se vestir sempre de negro, jovens e não jovens, parece um passaporte para estar in e tudo continuou em crescendo ...
O segundo governo de Sócrates caiu e o principal partido na oposição, o PSD, ganhou as eleições e formou governo. Para além das famílias sobreendividadas, das empresas privadas sobreendividadas, o Estado Português também estava sobreendividado e as empresas públicas também e havia necessidade de diminuir bastante as despesas do Estado para o tirar da bancarrota onde estava porque já o primeiro-ministro Sócrates não conseguia pagar as despesas correntes do Estado sem o recurso a obrigações do Estado vendidas no mercado internacional de capitais e depois, aos empréstimos da Troika. Muitos funcionários públicos foram para o desemprego, muitos cortes nos rendimentos da população portuguesa que lhes baixou bastante o poder de compra, muita falta de clientes no comércio, não surgem novas empresas, os bancos muito renitentes em conceder crédito a empresas e indivíduos, muitos e muitos jovens e menos jovens a saírem do país, muitas crianças a ficarem por nascer em Portugal. Em 2011, foram 32 mil empresas que faliram; em 2012, foram 27 mil empresas que faliram ... Durante esta crise, cerca de 73 mil empresas foram à falência, representando 24% do tecido empresarial.
Se se tivesse cuidado das pequenas e médias empresas com apoio de vária ordem para que não fossem à falência, a sociedade sempre conseguiria absorver e aguentar a diminuição dos funcionários públicos e o corte nos rendimentos desde que houvesse as condições para os desempregados que iam surgindo conseguirem criar o seu próprio negócio e dar trabalho a alguns. Quando se pretende cortar num lado, temos de primeiro preparar as condições para melhorar noutro lado e assim canalizá-los e minimizar as consequências do corte porque, se não as consequências são sempre desastrosas e o Estado é o primeiro a sofrer consequências com a diminuição das receitas e o descontentamento geral da população. O único escoamento para os cortes e a diminuição do emprego que surgiu foi a emigração que pode trazer aumento das divisas ao Banco de Portugal, mas muitas consequências negativas como envelhecimento da população portuguesa, quebra drástica na natalidade, população portuguesa apenas obediente, sem criatividade nem inovação, marasmo na economia, diminuição das receitas do Estado, corpo científico diminuto, uma regressão completa no país a níveis muito difíceis de quebrar de novo.

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1.º – As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv
2.º – O Cemitério de Lagos
3.º – Lagos e a sua Costa Dourada
4.º – Natal de 2012

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