Lagos,
21 de Janeiro de 2013
A
Reforma do Estado
Pretende-se
uma Reforma do Estado ou pequenas reformas do Estado para o ir
adaptando e atualizando a pouco e pouco sem fazer uma grande Reforma
do Estado?
Acontece
que temos tido e estamos a ter ambas.
Em
ambas há ideologia política. Só se fazem pequenas reformas ou uma
grande Reforma do Estado quando há algo a alterar; algo que não
corresponde à ideologia política do Governo em funções. As
pequenas reformas podem levar a uma grande reforma do Estado e esta
pode levar até a uma nova Constituição.
Com
a Revolução do 25 de Abril, o processo foi oposto: fez-se uma
revolução, criou-se uma nova constituição, fez-se uma grande
Reforma do Estado e, após, pequenas reformas do Estado para ir
adaptando a grande Reforma à realidade da sociedade portuguesa numa
via socializante. Depois, pela via democrática das eleições em que
a grande maioria do eleitorado tem votado ao centro do
espectro político, foram-se fazendo pequenas reformas na
Constituição e no Estado aproximando o país e o Estado da
social-democracia, governando o país em alternância o PSD (partido
social-democrata) e o PS (partido socialista) afirmando sempre ser
um partido social-democrata, apesar de não alterar o seu programa
nem a sua cor-base. Agora temos a ala liberal, popular do PSD e o PP
(partido popular) que engloba a direita liberal, conservadora no
Governo de Portugal.
Então
aqui está o cerne da questão: a grande Reforma do Estado que tem
vindo a acontecer com este Governo de coligação. Pretende-se um
Estado liberal, popular, conservador.
Acredito
que, para a Troika, tanto faz termos um Estado social-democrata ou um
Estado liberal, conservador desde que o dinheiro que nos têm vindo a
emprestar para pagar as dívidas do Estado (português) e este
país conseguir sobreviver como um Estado minimamente
aceitável, lhes seja pago com os juros inerentes e se mantenha a
democracia em Portugal. Só que a Democracia também tem vários
níveis e eleições livres é o seu nível mais elementar.
Para alcançarmos os outros níveis da Democracia, temos de ter uma
sociedade civil à altura e isso depende de todos e de cada um
de nós, portugueses.
Eu
sou a favor de um Estado com preocupações sociais e autenticamente
democrático. Por isso gostaria que Portugal se mantivesse num país
de três níveis sociais: classe alta, classe média, sendo esta a
mais alargada e classe baixa e com o coeficiente entre os 20% mais
ricos e os 20% mais pobres por volta dos 5 ou 6 como é
característica e um dos objectivos dos países-membros da União
Europeia e cujo coeficiente, para nós, sempre foi muito superior.
Porém está a ser construída uma sociedade dualista com uma classe
alta muito rica e restrita e uma classe baixa muito alargada, pobre e
muito pobre como já tivemos antes do 25 de Abril para falar apenas
nos tempos históricos mais recentes.
A
exigência de cortar 4 mil milhões de euros nas despesas do Estado,
como várias outras medidas, foram o "cavalo de Tróia"
para a criação da sociedade dualista. Continuo a considerar a União
Europeia a nossa tábua de salvação para que Portugal se mantenha
uma democracia.
O
Estado social de Portugal, se se mantiver numa social-democracia após
a crise, depende das receitas que o Estado português conseguir
angariar, mantendo sob controlo as despesas. Nesta fase de crise, com
a dívida enorme que o Estado está a pagar, pouco sobra para o
Estado social. Contudo acredita-se, temos esperança que as receitas
do Estado subam e subam bastante, após a diminuição do peso da
dívida no PIB e com toda a sociedade a contribuir equitativamente
para um Estado eficaz e eficiente, com empresas portuguesas em
abundância tanto em Portugal como por todo o mundo e todas a
contribuirem para as receitas do Estado, com uma fiscalidade
equitativa, com as empresas públicas a darem dividendos aos cofres
do Estado e sem elefantes brancos.
Parece
que há uma ala na sociedade portuguesa que acha que temos a sina ou
estigma de sermos eternamente miseráveis ou pobres porque não temos
recursos naturais. A África é o continente mais rico em recursos
naturais e é o continente mais pobre porque a riqueza de qualquer
país está nas suas gentes e na capacidade ou não daqueles
grupos que dominam a sociedade de aproveitarem as capacidades
intelectuais das gentes deste país. Quando a ordem dominante é a
obediência cega a tudo e todos; isto só leva unicamente e
apenas à destruição de toda a criatividade e
empreendedorismo incluindo os que dominam a ordem dominante e
expulsão encaputada e tácita de toda a criatividade e
empreendedorismo cá existentes e também o futuro do país porque
são eles que produzem bebés com as mesmas características
inerentes a este país, incluindo amor a esta terra e a esta gente. ❐
Os meus filmes
1.º
– As Amendoeiras em Flor e o Corridinho Algarvio.wmv
2.º
– O Cemitério de Lagos
3.º
– Lagos e a sua Costa Dourada
4.º
– Natal de 2012
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